Você sabia que mais de 20 milhões de brasileiros sofrem com pedra na vesícula? É um problema muito comum a partir dos 40 anos de idade, principalmente entre as mulheres, com incidência quatro vezes maior em relações aos homens. Quando o assunto é cirurgia de vesícula, algumas questões ainda tiram o sono de muita gente.
Anos atrás, o procedimento era mais complexo, deixava grandes cicatrizes no corpo e requeria tempo de internação longo. Atualmente, com a tecnologia videolaparoscópica, o processo cirúrgico tornou-se minimamente invasivo, realizado através de pequenos orifícios na pele. Na maioria dos casos, o paciente volta para casa no mesmo dia.
Tenho pedra na vesícula, preciso fazer cirurgia?
Sim. As pedras não são expelidas naturalmente pelo corpo e devem ser retiradas cirurgicamente, junto com órgão, para evitar problemas de saúde.
“Mas, doutor, as pedras nos rins podem ser quebradas e eliminadas pela urina. Qual a diferença?”. É verdade, a diferença é que a mínima movimentação dos cálculos na vesícula biliar (uma espécie de bolsinha que fica embaixo do fígado) pode gerar consequências graves.
Esses fragmentos precisam ficar “quietos”, para não obstruírem o sistema que drena a bile (líquido esverdeado que ajuda a quebrar a gordura em moléculas mais pequenas para facilitar a digestão) do fígado (seu produtor) ao duodeno (primeira parte do intestino fino).
Caso contrário, acontece entupimento, gerando um processo infeccioso agudo. Por isso, em casos de cálculo, inflamação e câncer, a cirurgia eletiva é a opção mais segura.
Todavia, em algumas situações, a cirurgia pode ser contraindicada. As mais comuns são: pessoas com idade muita avançada, portadoras de doenças graves, ou nas situações em que a doença é assintomática. São exceções, porém!
E o pós-operatório?
O paciente poderá sentir um leve desconforto na região do abdômen. Para controlar o quadro, o médico prescreverá analgésicos e anti-inflamatórios.
Nos dois primeiros dias, é possível fazer caminhadas e atividades sem esforço. Depois de uma semana, já se pode voltar ao trabalho, dirigir. Recomenda-se não ficar muito tempo sentado ou deitado.
É verdade que se emagrece depois da cirurgia de vesícula?
É comum a perda de peso, mas não há relação com o processo cirúrgico em si. É que, no período de recuperação, deve-se adotar uma dieta rica em fibras e com baixa ingestão de gordura, excluindo, portanto, embutidos e frituras. É também frequente ter diarreia, mas desaparece de maneira gradativa. Não se preocupe!
Com a retirada da vesícula, a bile continua sendo produzida no fígado, porém, em vez de concentrar-se na vesícula, a substância escorre continuamente em pequenas quantidades no intestino, para eliminar os lipídios dos alimentos e não a gordura do corpo.
Dá para prevenir?
Trata-se de um transtorno multifatorial, desencadeado por questões hormonais (uso prolongado de anticoncepcionais e gravidez, por exemplo), genéticas e relacionadas ao estilo de vida.
Pratique exercícios físicos, pois o sedentarismo eleva o LDL (mau colesterol) e diminui o HDL (bom colesterol), reduza a ingestão de carboidratos e de gordura, abandone o cigarro e, não menos importante, ao perceber qualquer alteração no organismo, consulte seu médico.
Não espere que as coisas se compliquem! Entenda que a cirurgia de vesícula garante qualidade de vida e menos complicações para a saúde.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter, e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como cirurgião do aparelho digestivo em São Paulo!
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